quarta-feira, 18 de junho de 2008

Eu


FOGE FOGE bANdido

Lado A


BORBOLETA


"Se eu largar eu sinto a sua falta
Se eu agarro ela perde a cor
Ela não é dos meus dedos
é dos meus medos
e faço-me passar por uma flor
tento imaginar o que ela diz
à espera de aprender
À face da rua existe a Lua
mas não é tua
à margem da estrada não há nada
mas já te agrada
tu és o teu mundo
tu és o teu fundo
tu és o teu foço
és o teu pior almoço
és a pulga na balança
és a mãe dessa criança
és o mal
és o bem
és o dia que não vem


agora pára de fazer sentido
não vês que assim estás a pisar fora da estrada
vê se agora páras de fazer sentido de uma vez
não vês que nada te dirá mais do que
nos diz nada

vê que o meu coração ainda salta
quer e julga ser capaz
não o faço por meus medos
faça nos dedos
e eu fico para ver o que ele faz
sem imaginar o que eu não fiz
à espera de viver
à face da chama existe a fama
mas não te ama
à margem do nada não há estrada
já não te agrada
tu és o teu preço
és a tua glória
tu és o teu medo
és a parte má da história
vê que o sol ainda brilha
ainda tem por onde arder
não é mau
não é bom
são razões para viver


se eu largar eu vou sentir a tua falta


tu és tu sempre que tu és
és mesmo tu quando pensas que és outra coisa
e tu pensas que não
mas tu és mesmo bom a ser sempre quem és


daí o teu motivo ser inapagável
daí o teu desejo ser incontornável
o prazer à tão maleável
daí o seu valor ser inestimável


a razão de existir de um poeta è"




MANEL CRUZ.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Horizonte

Há momentos que são apenas assim...
Apenas presenças opacas, momentos em que se faz um esforço para não deixar o que falta afectar o partilhado... E no fim, o instante revela-se singular apenas com aqueles que estão e em que a grandiosidade se sobrepõe à falta e demonstra que nada mais poderia tornar o momento especial...!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Abril


Apenas porque hoje é Abril....


"Não sei o século, mas será qualquer dia. Não sei o ano, mas será qualquer dia.
Sei apenas o mês: Abril.
Um menino levantará os olhos e dirá:
- Olha, mãe, hoje, a luz não tem obstáculos!...
E a mãe responderá:
- Pois não, meu filho, é Abril. Abril de verdade!
E o filho continuará:
- Tens a certeza mãe?
Não sei o século, mas será qualquer dia. Não sei o ano mas será qualquer dia.
Sei, apenas, o mês: Abril.
O menino terá um olhar de esperança, quando morrer, ao amanhecer."


E apenas porque hoje já é Abril...

...vi "aquela luz entrar, livremente, pelos campos e pelas searas."

...assisti "à alegria das pessoas, explodindo de liberdade e de flores."

...assisti "ao sossego da acalmia que chega, conquistada pelos sonhos e pelos braços."


excertos: Nelson Ferraz em
"Lendas Barrocas" -
O Coleccionador de Bugigangas (2008)


Hoje nasci em Abril...

...não interessa o ano, nem o século,

...interessa o que me faz renascer em cada folha, em cada brilho, em cada abraço.


Um Obrigado, a todos!


quinta-feira, 20 de março de 2008

Um mês já lá vai...

Entre a nova e temporária morada de Sintra (e arredores) e o lar no Porto (e arredores) assisto e vivo em consonância as peripécias entre o amor, a família, os amigos, os novos conhecidos e o silêncio:


E…


…O móvel acabadinho de comprar não cabe na mala do carro e toca a chamar a prima para me ir buscar;

… A espera do comboio a seguir ao acabadinho de partir é longa e ansiosa;

...O Porthos dos Mosqueteiros ressuscita e aperece em pleno séc. XXI numa fascinante noite de concertos (grande som) dos companheiros Blind Charge e Chemical Wire;


…O convívio com os meus novos amiguinhos ensina uma outra forma de afeição e amizade (entre lambidelas, arrotos e flatulência!!!!);


…O sotaque e as mostras de superioridade à Invicta fazem-me mostrar expressões indiscretas descontroláveis, embora apareçam os que surpreendem e o entusiasmo volta a pegar no sorriso, mostrando-o timidamente;

…Os “aaiiieeesss” agora, saem-me silenciosos e interiores e fazem-me pensar “Amigo, onde estás?!?”, mas nem por isso me deixam perder a vontade de querer partilhar o que fazem experimentar os olhos e a mente;

…Por vezes, a falta de tocar o Amigo faz-se sentir sem deixar entrar o vazio e a solidão;





...O Espírito de Monserrate sente-se em cada caminhar, em cada soar de vida que irrompe do silêncio;


…O âmago da Natureza sensibiliza-me para um próximo e delicado Lar.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Caminhada...

Briiii...Baaaaammmhhhh...Splach....

Inicío o fim de uma curta e intensa caminhada e começo uma viagem possívelmente longa, que não ficará decerto, por aqui.

Escolho como cenário um sítio com uma ambiência singular, um lugar com "alma", com um "génio de lugar", o tal chamado de Serra de Sintra, que nos deixa contemplar um equilíbrio harmoniosamente perfeito de um todo, caracterizado por um património natural e uma construção orgânica do homem (património cultural), uma "panóplia de riquezas tangíveis e intangíveis"...


Comigo acompanham-me os Amigos e as minhas vivências, aqueles que me dão vida, que me fazem existir e dar razão à partilha...














































































































E muitos outros da família, da escola, do teatro, da rua, ..., do coração!